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2012 - Livro Vermelho 2013

Tachigali denudata (Vogel) Oliveira-Filho NT

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 24-04-2012

Criterio:

Avaliador: Tainan Messina

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Apesar de comum, a espécie possui alto potencial madeireiro, sendo empregada na indústria moveleira, carpintaria e construção civil. Portanto deve ser monitorada, pois caso haja redução populacional de pelo menos 30%, proveniente do extrativismo a espécie estará "Vulnerável" (VU) a extinção.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Tachigali denudata (Vogel) Oliveira-Filho;

Família: Fabaceae

Sinônimos:

  • > Sclerolobium glaziovii ;
  • > Sclerolobium denudatum ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em 1837 como Sclerolobium denudatum, foi recombinada em 2006 como Tachigalia denudata (Silva; Lima 2007). Possui os nomes populares de "passuaré" (Freitas 2010), "caixêta-amarela" e "caingá" (RJ), "passariúva" (SP) (Silva, 2007), e "Angá" (Medeiros, 2009). Entre os pescadores na Reserva Ecológica da Juatinga, no município de Paraty, RJ, é conhecida como "ingá-amarelo" ou "ingá-ferro" (Machado, 2010).

Dados populacionais

A espécie apresentou um total de 96 indivíduos entre diferentes estudos ecológicos em localidades distintas (Freitas, 2010; Aguiar, 2003; Silva, 2003; Louzada, 2002; Ivanauskas, 1997). Além disso, foi apontada como comum por Werneck et al. (2000) e Silva (2007), e com grande abundância e frequência por Cassetari (2010).

Distribuição

A espécie é endêmica do Brasil, com distribuição nos Estados do Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina (Lima, 2012). Colombo; Joly (2010) estimaram a área atual de ocorrência da espécie entre 743.415 km² e 3.369.275 km² para o domínio fitogeográfico da Mata Atlântica. Em um cenário otimista com taxa anual de 0,5% de aumento na concentração de CO2 na atmosfera e um aumento médio de temperatura inferior a 2°C a espécie apresentou uma redução entre 27,61% e 31,0204%. Enquanto, em um cenário pessimista com uma taxa anual de 1,0% de aumento na concentração de CO2 na atmosfera e um aumento médio da temperatura superior a 3°C a espécie apresentou uma redução entre 38,21% e 38,4496% da sua área de ocorrência.

Ecologia

Espécie arbórea, atingindo entre 10 e 30 metros de altura (Silva 2007). Ocorre no domínio fitogeográfico da Mata Atlântica (Lima, 2012). A espécie foi registrada para Floresta Ombrófila Densa/Aberta (Freitas, 2010; Stehmann et al., 2009), Floresta Estacional Semidecidual (Freitas, 2010, Pifano et al., 2010).Machado (2010) sugere que a espécie ocorra preferencialmente no interior da floresta primária densa, contudo ocorre também em floresta secundária (Colombo; Joly, 2010). Estando presente no estrato inferior, estrato médio, dossel e emergente (Aguiar, 2003).Seu fruto é utilizado na dieta do primata Brachyteles arachnoides no Parque Estadual de Carlos Botelho e no Parque Estadual de Intervales (Pereira, 2006).Seu período de floração abrange os meses de outubro a novembro, e os frutos amadurecem a partir de março, persistindo na planta por alguns meses (Medeiros, 2009).Apresenta síndrome de dispersão preferencialmente Anemocoria (Freitas, 2010), contudo, pode ser Autocórica com abertura explosiva (Medeiros, 2009).

Ameaças

6.1.1 Global warming/oceanic warming
Detalhes Colombo; Joly (2010) estimaram a área atual de ocorrência da espécie em 3.369.275 km², utilizando o GARP, e 743.415 km2, utilizando o MaxEnt, para o domínio fitogeográfico da Mata Atlântica. Os mesmo autores estimaram para um cenário otimista com taxa anual de 0,5% de aumento na concentração de CO2 na atmosfera e um aumento médio de temperatura inferior a 2°C uma área de ocorrência de 2.439.125 km², com uma redução de 27,61%, utilizando o GARP. Enquanto que utilizando o MaxEnt a área totalizou 512,805 km², com uma redução de 31,0204%. Enquanto que para um cenário pessimista com uma taxa anual de 1,0% de aumento na concentração de CO2 na atmosfera e um aumento médio da temperatura superior a 3°C a espécie apresentou uma área de 2.081.875 km², com redução de 38,21%, utilizando o GARP. Enquanto que utilizando o MaxEnt a área totalizou 457.575 km², com redução de 38,4496%.

Ações de conservação

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Ocorre no Parque Estadual da Serra do Mar (Cassetari, 2010), na Estação Ecológica do Tripuí, Ouro Preto, MG (Werneck et al., 2000), no Parque Estadual Carlos Botelho, SP (Lima, 2007), no Parque Estadual de Intervales (Guilherme et al., 2004).

3 Research actions
Observações: Lima (2007) considerou a espécie como "Quase ameaçada" (NT).

1.2.2.1 International level
Situação: on going
Observações: "Quase ameaçada" (LR/nt), segundo a Lista Vermelha da IUCN (IUCN, 2010).

Usos

Referências

- OLIVEIRA-FILHO, A.T. TreeAtlan 2.0, Flora arbórea da América do Sul cisandina tropical e subtropical: Um banco de dados envolvendo biogeografia, diversidade e conservação. Universidade Federal de Minas Gerais. Disponivel em: <http://www.icb.ufmg.br/treeatlan/>. Acesso em: 28 fev. 2012.

- LIMA, H.C. DE. Tachigali in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB023195>.

- SILVA, L. F. G. DA. Taxonomia de Tachigali Aublet (Leguminosae Caesalpinioideae) na Mata Atlântica. Rio de Janeiro, RJ: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro/Escola Nacional de Botânica Tropical, 2007.

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- MEDEIROS, A.D.S. Leguminosas Arbóreas da Marmbaia, RJ. Monografia. Seropédica, RJ: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,, 2009.

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- AGUIAR, O. T. D. Comparação entre os Métodos de Quadrantes e Parcelas na Caracterização da Composição Florística e Fitossociológica de um Trecho de Floresta Ombrófila Densa no Parque Estadual "Carlos Botelho" - São Miguel Arcanjo, São Paulo. Dissertação de Mestrado. Piracicaba, SP: Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz, USP, 2003.

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Como citar

CNCFlora. Tachigali denudata in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Tachigali denudata>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 24/04/2012 - 21:03:02